Conheça o autor de GAEL
Conheça o autor de GAEL

por @marcusbeck

A Fliptru é mais do que um site onde se publicam quadrinhos online, é uma comunidade de pessoas que amam o que fazem! Por isso gostamos de trazer um pouco mais de cada pessoa da nossa comunidade através de entrevistas.

Já falamos com quatro pessoas até hoje:

Agora é a hora de sabermos mais sobre o autor da série em quadrinhos GAEL e de outras HQs publicadas aqui na Fliptru, Jefferson Valerio também conhecido como @JEVASS na comunidade.

Sem mais enrolação, vamos logo para a entrevista!

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1. Como surgiu a vontade de contar histórias através dos quadrinhos? E qual sua maior motivação para contar histórias através dos quadrinhos? Conte um pouco da sua história como quadrinista.

Bem, como boa parte das crianças dos anos 90, eu assistia MUITA tv, e já era fascinado por séries e filmes desde novo. Nesse meio tempo fui exposto aos Tokusatsus e ll, que por si só já representam muitas coisas que passei a amar com o tempo: Plot simples, personagens com problemas e lutas com efeitos especiais. Mas, o “ponto de virada” foi o advento dos animes (com Cavaleiros do Zodíaco, Dragon Ball e CLAMP protagonizando), que me fez querer desenhar os personagens, armaduras, poderes e tudo o mais. 

O interessante foi que quando descobri que eram baseados em “gibis”, eu fiquei bem mais animado, até hoje eu sou bem mais adepto de ler os quadrinhos do que assistir animações (e isso com qualquer gênero rs). Me conecto melhor com os impressos, sem contar que é uma oportunidade de estudar a arte ao mesmo tempo que me divirto lendo. 

Os quadrinhos me acompanham a vida toda, desde os 10 eu fazia quadrinhos, como sempre fui muito auto-crítico então ninguém leu esses do início, mas durante a escola apresentei trabalhos em quadrinhos, ganhei um prêmio no ensino médio e meu projeto final na Faculdade foi sobre quadrinhos… então dá pra dizer que os quadrinhos têm me acompanhado toda a vida. 

2. Você publica suas obras de forma independente na internet faz quanto tempo? E de onde veio essa vontade de investir em webcomics?

Falava sobre publicar quadrinhos por anos, minha esposa, que já não aguentava mais me ouvir falar sobre desde o namoro, me fez criar um perfil no IG exclusivamente para isso. Isto foi em 2018, desde então tenho produzido quadrinhos para internet.  

Eu sou designer por formação, então sou mais voltado à impressão, mas a dura verdade é que o quadrinho digital indiscutivelmente alcança mais pessoas. Com o crescimento da conta, fui ganhando muitos seguidores internacionais (a tal da abrangência) e passou a ser mais legal ainda, criar histórias para entreter e passar uma mensagem. 

3. Como você gosta de trabalhar nas suas histórias e quais materiais você usa?

Sobre materiais eu investi na diversidade recentemente, eu sempre fui do tradicional, mas passei a investir na edição digital (mídia mista e tals) e finalmente passei à produção diretamente no digital (com o que ainda estou me adequando). Inicialmente o Gael era feito à tinta e adicionava a tonalização no PC, depois passei a fazer a cena “crua” à tinta e no digital adicionava os detalhes e agora já faço tudo direto no pc.

Um ponto a abordar, é que eu vivia borrando tinta em desenhos, e isso me frustrava muito, fora que eu tinha muito trabalho e retrabalho para “limpar” as páginas no pc, então aderi ao digital pela praticidade e maior agilidade, contudo, ainda não domino a ferramenta e isso me frustra tanto quanto HAHAH.

Falando sobre trabalhar nas histórias varia de uma para a outra, mas de forma generalizada eu pego uma ideia base do que vai acontecer na história (mais do miolo) e parto daí… escrevo o roteiro e faço os thumbs para montar as cenas e visualizar como tudo vai funcionar, ou SE vai funcionar, da forma que imaginei. Já houve vezes em que toda história nasceu de uma cena que queria fazer ou um discurso cujo algum personagem ficara repetindo na minha mente.


4. Nos conte como você lida com o seu tempo para criar quadrinhos. Se dedica exclusivamente para isso ou usa o tempo livre para criar suas histórias?

Infelizmente ainda não é possível me dedicar inteiramente, mas passei boa parte de 2019 trabalhando apenas com desenho (que foi o ano do primeiro desafio de HQCURTA, onde de fato Gael ganhou vida). Fiz diversos trampos de ilustração e publiquei de forma independente dois quadrinhos impressos. Fui convidado a alguns eventos aqui no RJ (como standista e como palestrante) o que foram experiências assustadoras e empolgantes à mesma medida.

Uso meu tempo livre para produzir atualmente, “aproveitando a pandemia” e que ainda não voltei a nenhum trabalho formal. Visto que eu estou fazendo alguns cursos simultaneamente e os freelances, acaba por sobrar pouco tempo para desenhar, porém pretendo dar um jeito (mesmo que seja dormindo menos), fico deprimido por não desenhar, o que me faz não dormir direito hehe.

5. Qual o maior desafio que você sente que existe para quem cria quadrinhos?

Há vários, mas destacaria a dificuldade de montar uma “fã base” e a noção do que realmente é fazer quadrinhos, inclusive falei sobre essa segunda numa das palestras citadas antes. Primeiramente, boa parte dos jovens artistas negligenciam o básico, que é saber o que está fazendo, na maior parte são ideias vomitadas de qualquer forma (o que estaria tudo bem se eles soubessem o que estão fazendo errado para corrigir). Porém, o segundo ponto é o mais importante, porque está voltado a “saber se vender e para quem vender”. Este está intimamente ligado ao marketing pessoal e a saber quem é o próprio público-alvo.

Por mais que a história seja ótima e a arte linda, não adianta se não sabe como e para quem vendê-la. 

6. Nos conte um pouco sobre como surgiu a ideia da série em quadrinhos Gael?

Então, eu era bem travado para desenvolvimento de histórias, o que me faz pesquisar livros, matérias em blogs/sites e vídeos, o que me fez encontrar o canal Marcus Beck entre outros. Para encurtar a histórias, todos aconselham a escrever sobre o que você sabe e/ou gosta, daí veio um personagem com minha personalidade (explosivo e impaciência) e que tem algumas das minhas qualidades (carismático entre outras), aqui não tem demagogia não rs.

Diferente da maioria dos personagens que criei há tempos, o Gael é novo e foi criado especificamente para web. A maioria tende a criar “grandes sagas” e temos um medo irracional de plágio, logo, Gael veio para dar voz a muitas das minhas criações e ainda mais importante, para experimentar fazer quadrinhos, porque, por mais que se estude, só sabemos como é fazendo de fato.

Quanto ao visual, aprendi com Bleach que a mistura de culturas e etnias torna tudo mais interessante e atrativo e com Naruto a utilizar cultura e mitologia como gatilho para histórias (e dando historicidade). Tendo esses precedentes parti para a estrutura visual que apesar de ser um deus, tem suas restrições para uso de poder (por enquanto ao menos hehe), é jovem como todo bom shonen (porque quero explorar a inexperiência, a imaturidade e a impulsividade dele) e para as roupas quis evitar o visual asiático-padrão, então, baseie as vestimentas dele na cultura Turca. Alinhando assim uma “tríade”:

  • Personagens carismáticos 
  • Lutas over-power 
  • Visual diferenciado.

Junto de tudo isso, eu gosto MUITO de pesquisar sobre cultos e religiões, queria mostrar essa “projeção” que os humanos fazem nos deuses e ainda a “dependência” que os deuses têm em relação à fé dos humanos. 

7. Qual é seu maior sonho como autor de quadrinhos?

Fazer quadrinhos “educativos”, ainda não comecei por falta de tempo para juntar e ajustar o conteúdo, mas esse é um projeto pedagógico que eu queria fazer de graça se possível. Acontece que sou apaixonado por física e astrofísica. Esses tópicos são pouco ou nada explorados no período escolar, o que me fez querer produzir quadrinhos explicando de forma simplificada alguns conceitos que podem ser mais complexos (como matéria negra, buraco de minhoca, tempo-espaço e outros), para assim motivar jovens mentes e ainda estimular o pensamento.

8. Quais são seus planos para o futuro aqui na comunidade?

Francamente, não achava que eu seria capaz de publicar na internet porque sou autocrítico ao extremo, mas, com o tempo, percebi que as pessoas têm que ler para eu saber se de fato é bom ou ruim. Agora já não me imagino sem publicações na web. Tendo dito isso, tenho 2 arcos do Gael rascunhados, estes estão aparte do que já está em curso no momento  (já finalizado em texto, escrever não é mais um problema rs). Então podem se preparar, porque ainda há muita confusão a ser resolvida nesse mundo mergulhado em caos. 

Mas, há ainda outros personagens que provavelmente figurarão na Fliptru logo logo.

9. Como conheceu a plataforma e o que motivou você a publicar por aqui?

Já havia esbarrado com ela na internet, quando pesquisava web comics, mas à época eu ainda não tinha coragem nem material para publicar. Depois acompanhando o canal Marcus Beck percebi que a Fliptru é uma comunidade (ou seja, mais que um site de hq), para ser bem sincero eu adoro esse tipo de coisa, sou parte de um fórum de fãs da Anne Rice há 10 agora, e fiz amigos verdadeiros por todo Brasil, inclusive alguns vieram de outros estados para o meu casamento.

Então vendo a interatividade e companheirismo na plataforma, percebi que seria o local indicado para investir tempo e empenho, para dar e receber dicas e observações pontuais, por quem gosta e faz quadrinhos.

10. Deixe uma mensagem para os seus leitores e leitoras aqui na Fliptru! =)

Nunca desista nem se compare!!

É um erro que comumente cometemos, tanto com o próprio material quanto com o material alheio, pois, ao comparar dois trabalhos diferentes cria-se uma “medida” impossível. Como se pode decidir o que é melhor entre Turma da Mônica e a Hq do Thor, por exemplo? Se pensar bem, não existe isso, porquê cada um tem propósito e público-alvo diferente. Melhor que isso é investir o tempo em exercícios que farão melhorar aonde há deficiência técnica, roteiro ou na história de modo geral. 

Não se deve desistir antes de tentar, pode-se contar histórias de muitas formas diferentes, e talvez ainda não tenha encontrada a mais adequada a você, mas posso garantir que se desistir de procurar, não vai encontrá-la jamais.

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Agradecemos muito a participação do Jefferson aqui no nosso blog e ficamos muito felizes em entrevistar e divulgar os membros da nossa comunidade de quadrinistas por aqui.

Queremos continuar fazendo mais entrevistas como essa, então deixe um comentário sugerindo quem será nosso próximo entrevistado ou entrevistada aqui no blog da Fliptru.

Até a próxima publicação!

Publicado em 23/07/2020

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